A avaliação feita à CNN é que após a oitiva do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que fez o acordo de colaboração premiada, os interrogatórios dos demais acusados deverão ser mais rápidos, com poucas intervenções dos advogados.
Como delator, Mauro Cid falou por quase quatro horas e meia e foi questionado por Moraes, pelo ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República Paulo Gonet, além de advogados dos demais acusados.
Já o ex-chefe da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi questionado em menos pouco mais de uma hora apenas por Moraes, o PGR e pelo próprio advogado.
A dinâmica acelerada permitiria, assim, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o general Walter Braga Netto, os últimos a depor por ordem alfabética, sejam interrogados na parte da tarde desta terça-feira.
A sessão nesta terça começa, às 9h, com o interrogatório de Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); em seguida vêm Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Augusto Heleno (ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional).
Apesar de os interrogatórios de Bolsonaro e Braga Netto serem os mais aguardados, as defesas avaliam que os depoimentos deverão ser mais curtos que o de Mauro Cid.
Até mesmo o ministro Alexandre de Moraes indicou que os interrogatórios podem se encerrar nesta terça, ao negar o pedido do advogado Matheus Milanez para que a sessão começasse às 10h, alegando que queria tempo para jantar e só tinha tomando café da manhã.
"Vamos ver se nós terminamos amanhã, daí o senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch. Quinta-feira um jantar, que é Dia dos Namorados. Sexta, dia de Santo Antônio, o senhor comemora também. Se a gente começa a atrasar, a gente não acaba", disse o ministro, determinando a retomada das oitivas para 9h.
Ao todo, a Primeira Turma do STF reservou sessões até sexta-feira (13). Os interrogatórios serão presenciais. Apenas o general Walter Braga Netto será ouvido por videoconferência. Ele está preso desde dezembro na 1⁰ Divisão de Exército do Comando Militar do Leste, na cidade do Rio de Janeiro.