A declaração foi dada durante audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a regulamentação do uso e desenvolvimento da IA no Brasil.
Representando o governo federal, Durigan reconheceu os ganhos de produtividade proporcionados pela tecnologia, mas alertou para os impactos sociais, especialmente no mercado de trabalho.
“A IA é uma realidade. Mas é importante ter uma regulação que trate dos riscos. Há ganho de produtividade com a IA, mas, ao mesmo tempo, vamos conviver com a externalidade do desemprego. A tendência é vermos mais desemprego com a adoção mais massiva da IA", afirmou.
Relatório publicado no final de maio pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que 25% dos empregos estão ameaçados pelo avanço da IA generativa. Esse possível aumento do desemprego, provocado pela substituição de postos de trabalho por inteligência artificial, já é tema de debate em diversos países.
A comissão da Câmara analisa o projeto de lei aprovado pelo Senado no fim de 2024. A proposta foi elaborada por uma comissão de juristas e apresentada pelo então presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Durigan disse que o governo vê com bons olhos o texto aprovado pelos senadores.
A comissão especial é integrada por 33 deputados. Após a análise no colegiado, o texto deve seguir para a votação no plenário. Se for alterado pelos deputados, o projeto deverá retornar para a análise do Senado.