Em entrevista à CNN, Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, destacou que o Boeing 787 Dreamliner, em operação desde 2011, tem um histórico marcado por polêmicas envolvendo questões de segurança.
"Essa é uma aeronave que 80% dela é feito de material não metálico compósito, isso é um percentual muito alto, é uma revolução na verdade na construção de aviões de carreira", explicou o especialista.
Analisando as imagens do acidente, Portela apontou algumas possibilidades para a queda:
"Essas imagens mostram uma aeronave com dificuldades de potência que podem ser causadas por uma falha, por exemplo, de motores, de turbinas, ou por um planejamento de voo com carga indevida, além daquela que é compatível com a aeronave, ou mesmo uma distribuição de carga inadequada".
O especialista também mencionou problemas recorrentes enfrentados pela aeronave, como incêndios nas baterias e falhas no sistema elétrico.
"Logo no início da operação desse avião a Japer Airlines teve problemas porque esse avião apresentou incêndios nas baterias, o sistema elétrico dele também é revolucionário, consegue otimizar o uso da energia, mas também causou muitos problemas ao longo desses anos todos de operação", afirmou.
Portela ressaltou que, apesar da evolução tecnológica, a complexidade dos sistemas da aeronave pode representar um desafio para a segurança.
"A complexidade ela caminha contra a segurança, a simplicidade caminha a favor da segurança, então é preciso ter muito cuidado na hora de planejar o voo, de fazer a manutenção, não pode ter erro", alertou.
O especialista também mencionou outros fatores de risco, como colisões com pássaros e drones, além da proximidade dos aeroportos com áreas urbanas. A quantidade de combustível no avião, que havia acabado de decolar, foi destacada como um elemento agravante no incêndio que se seguiu à queda.
As autoridades indianas montaram um gabinete de crise para investigar o acidente. O processo de investigação envolverá diversos países, incluindo Índia, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Portugal, devido à nacionalidade das vítimas e à origem da aeronave.